Sinto-me múltiplo


Júlio Pomar

Alfredo Margarido

"Sinto-me múltiplo. Sou como um quarto com inúmeros espelhos fantásticos que torcem para reflexões falsas uma única anterior realidade que não está em nenhuma e está em todas."

Fernando Pessoa, Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação,


O quadro de Júlio Pomar remete – nos inevitavelmente para o universo pessoano.
Com efeito, o pintor consegue ilustrar o desdobramento e a cumplicidade que Fernando Pessoa exprime: “ Sinto – me múltiplo “.
O artista plástico vai além de Pessoa e, no quadro demonstra que o poeta é de facto múltiplo, isto é: a fragmentação pessoana teve a sua expressão máxima com a criação dos heterónimos, destacando – se destes – Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis – que são os mais representativos e estão representados no quadro.

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