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Variações em torno de uma imagem de Helena Almeida




Tenho sangue nas mãos
é sangue do teu coração
coração ao abandono
abandono *  escuro
escuro abandono

Raquel

Tenho sangue nas mãos
é sangue do meu coração
coração de papelão
papelão melhor que o meu coração
coração magoado, traído
traído, estragado,sincero
sincero no sofrimento deste amor
Amor que me mata em silêncio.

Inês


Tenho sangue nas mãos
é sangue do meu coração
Coração que sente
sente um amor quente
quento como o verão
verão que pode ser em Fevereiro.

Ana 

Tenho sangue nas mãos
é sangue do teu coração
coração vermelho
vermelho de paixão
paixão que por ti sinto
sinto-te eternamente a meu lado
lado eterno

Filipa

Proposta de trabalho #1


"Há neste conto [Uma esplanada sobre o Mar] uma nítida disjunção entre a experiência trágica das personagens e a plenitude solar da paisagem marítima que invade a esplanada onde o jovem revela à rapariga a sua iminente condenação"( Isabel Cristina Rodrigues in Vergílio Ferreira ou a negação do conto)

Redige um comentário crítico, tendo por base a tua experiência de leitura de Uma esplanada sobre o Mar e a afirmação de sabel Cristina Rodrigues.

# Proposta de trabalho



"Das Cartas Portuguesas a Amor de Perdição"
Elabora um texto onde mostres as ligações que se podem estabelecer entre as Cartas Portuguesas e a novela de Camilo.

Importas-te de continuar? # 2 [Gabriella]



[…]
Aproximei-me da janela, afastei as cortinas. Lá fora o horror é maciço.
A guerra rebentou. As pessoas correm, fogem para onde podem.
Mães protegem os filhos, levando-os nos braços. Estou horrorizado. Não consigo sair de casa. Só penso em Sara.
Ontem discutimos. Ela saiu e não sei nada dela. Estou preocupado, amo-a, mas ela irrita-me.
Nunca pensei perdê-la após longos anos. Sempre nos demos bem, mas estes dias ela tem-se tornado intransigente. Discutimos várias vezes. Mas agora, que está perdida, no meio desta vasta confusão. […]
Nunca me passou pela cabeça que esta guerra pudesse chegar ao Chile. Chegará a nós uma vitória fascista? O que ficará deste país? […]

Importas-te de continuar? # 2 [Juliana]

[Resposta ao desafio "Importas-te de continuar?"]
E se não escrever?
9 de Março

Ela vivia a rotina diária, sonhando todas as noites com um acontecimento que mudasse a rotina dos seus dias.
Eu não encontrava já nada que me fizesse sorrir, nem em casa, nem no emprego.
Estava a janela, embrenhado nos meus pensamentos, quando, em frente à minha janela, reparei nela.
Todos os dias apanhamos o metro juntos, todos os dias entravamos no mesmo edifício com o mesmo objectivo: sair dele.
Almoçávamos no mesmo café, em mesas distantes.

16 de Março

Começamos a ir juntos para o emprego, agora já não almoçávamos sozinhos. Conversávamos imenso e fomo-nos descobrindo.

23 de Março
Fomos jantar a casa dos meu pais. Eles gostaram da delicadeza dela.
Quando chegamos à nossa rua, ela beijou-me. Subimos e só voltamos no dia seguinte.
Ainda não acredito em tudo o que aconteceu.
Hoje recordo-me do dia em que pensei que estaria a escrever na página cento e quinze, recordo-me do medo, da incerteza de não saber o futuro.
Hoje abri o caderno na página duzentos e seis e fiquei a pensar no que lá escreverei.

Juliana Monteiro

Grelha de verificação (produção de texto escrito)

Read this doc on Scribd: grelha de verificação (escrita)

protótipos textuais

Existem seis tipos de protótipos textuais:

1. Protótipo textual narrativo Ex: conto, romance, novela
2. Protótipo textual argumentativo Ex: publicidade, debates
3. Protótipo textual descritivo Ex: descrição de uma casa
4. Protótipo textual dialogal-conversacional Ex: conversa telefónica, entrevista
5. Protótipo textual expositivo-explicativo Ex: manuais escolares
6. Protótipo textual injuntivo-instrucional Ex: regras, instruções, avisos, comunicados


De momento, vamos "treinar" a nossa argumentação...


Desafio de Escrita


Desafio de Escrita

Tenho sempre perto de mim (20 palavras) um espelho grande (12 palavras) solidão (6 palavras)

Tenho sempre perto de mim o meu filho que está em coma profundo há mais de um ano. Sinto-me perdida como se tudo desabasse. Um espelho grande devolve-me o reflexo de tempos felizes passados ao lado dele. Resta-me a solidão deste mundo onde tudo é sombrio. (Bruna e Gabriela)

Tenho sempre perto de mim uma criança com quinze anos, sangue do meu sangue, vida da minha vida, ser do meu ser que é como um espelho grande que me faz lembrar o que fui e o que sou. Sinto solidão quando não tenho esse espelho perto. (Maria João)

Tenho sempre perto de mim os amigos. Não sei andar sozinha na rua, nem estar num espaço vazio. É como se a minha vida fosse um espelho grande e receio olhar-me nesse espelho e ver-me só no fundo receio a solidão que um dia a todos atingirá. (Juliana Monteiro)

Tenho sempre perto de mim aquela tal pessoa que considero essencial que me apoia nos momentos mais complicados. Eu sei que nela posso confiar. É um espelho grande e verdadeiro. Já viveu comigo momentos alegres e difíceis, mas nunca de solidão, essa não existe perto de nós. (Jessica)

Tenho sempre perto de mim ou melhor, à minha frente, algo que me transmite um certo medo e o algo é um espelho grande. Tenho medo de enfrentar a realidade: essa realidade é a solidão que sempre me impediu de sonhar. (Gabriela)


Tenho sempre perto de mim e eternamente comigo um enorme caixão, sete palmos abaixo da terra, imerso no siçêncio da morte que se assemelha a um espelho grande que reflecte o fim que rodeia a minha feia aldeia, arrepiante, outrora solidão mas hoje rejubila de alegria, felicidade. (Tiago)


Tenho sempre perto de mim o que me é essencial, aquilo de que preciso para viver: os meus amigos que me ajudam. Tenho também um espelho grande onde vejo todos os que me rodeiam, pois tudo o que receio é a solidão, esta que invade o meu ser. (Cátia)

A vida, por Juliana

James Dean Oil Painting,Road to Happiness

A vida é o que nós queremos que ela seja. A felicidade não se conquista: somos nós que a criamos. A vida é muito mais do que a simples rotina diária: o mundo tem muito mais para nos dar do que aquilo que olhamos sem ver. Vamos buscar tão longe aquilo que está perto. Vemos as pessoas como dados adquiridos. Desejamos voltar ao passado quando nos devíamos preocupar em viver o presente. Deixamos que o orgulho e o medo nos empeçam de seguir os nossos sonhos e, depois, culpamos a vida por não sabermos desvendar a humanidade.

A mulher na publicidade, na Juliana

(Graça Morais)


A mulher reinavam como suseranas, na poesia medieval. Eram vistas como um modelo ideal, como um objecto poético emudecido. Contudo, na vida quotidiana, a mulher tinha um papel insignificante. Era o homem o detentor de todo o poder. Era como se existissem dois mundos, duas esferas sociais: uma privada e uma pública. A mulher não tinha acesso à esfera pública: à política, à economia, à sociedade. Para o homem, o facto de a mulher se cingir à casa e á família era bom, pois desta forma não se rebelariam contra a sociedade. Por outro lado, actualmente, existe uma forte presença da publicidade, onde a imagem feminina é usada de forma, igualmente, idealizada. Estas imagens distorcidas visam gerar frustração nos consumidores e levá-los a adquirir produtos para que possam chegar mais perto desse ideal.Tanto na idade Média, como actualmente na publicidade, a mulher não passa de uma ficção imaginada. Mas, apesar de tudo, nos dias que correm a situação da mulher é bem diferente. Na Idade Média as mulheres eram submissas porque tinham de se sujeitar a essa situação, agora essa situação só existe quando as mulheres compactuam com ela.

Areia - Lado C por Bruna Freitas


«Em “Areia” – inspirado na contemplação do óleo sobre tela de 1891, Melancolia, de Edvard Munch – a mesma história é-nos contada sob duas perspectivas – o “Lado A” e o “Lado B”, tal como no conto “Investir em ti” –, dois homens que, sem se conhecerem, repartem o mesmo amor pela mesma mulher, e cujo amor carnal e efectivo de um, e o amor destroçado e ressentido de outro, acabam por reflectir, em lados aparentemente opostos, a mesma dúvida existencial: «Aconchego-me na areia, sentindo-me parte dela, apenas mais um grão; e espero» (aqui). Agora o "lado C":



Ao caminhar contigo de mão dada, naquela praia, relembrava alguns momentos que ali tinha passado com outro alguém, numa outra altura. Sentia algo por ti, não sei bem o quê, estava tensa, nervosa. Fiquei mais ao ver ao longe um vulto. Fiquei com receio de continuar. Era ele. Pesei em fingir que não o conhecia, mas seria rude. Então optei por ter uma atitude simpática. Pensei: já estive aqui com ele. Depois pensei que antes de ter estado ali com ele, já tinham existido outros eles. Ele foi alguém que amei ali, que me amou, mas que deixei para trás. Beijaste-me. Correspondi, mas sem sentir nada. Foste atingido. Olhei e era aquela figura do meu passado que deiei e magoei. Foste novamente atingido. Depois, pousou o pau, virou costa e partiu. Ainda me olhaste, sem entender o cedido. Pedi-te desculpa e desapareci. Sou prisioneira de outro amor. Perdão.
Bruna Freitas

Areia - Lado C por Rui Filipe

O conto AREIA de Paulo Kellerman foi escrito a partir de duas perspectivas: Lado A e Lado B. A proposta foi escrever de um outro ponto de vista: o feminino. Esta é versão do Rui Filipe:







Nós andamos, à beira mar, na praia que já fiz crescer, sorris não percebo porquê, tento fazer com que fales, mas estás em silêncio, como se me quisesses dizer alguma coisa, mas receasses que fosse constrangedor. Ao longe vejo alguém, sentado num rochedo, a olhar o mar. Tu pareces um pouco aborrecido. Continuamos. Eu falo-te da primeira vez que estive nesta praia, enquanto ainda era adolescente.
Vejo agora quem está nos rochedos: é um homem, um dos homens que eu trouxe para esta mesma praia, seguimos, olho-o, vejo-o, observo-o.
Pergunto-lhe como está, ele murmura palavras que não ouço, no entanto, entendo, percebo cada palavra que esconde, minto, digo que parece estar bem. Perguntas-me quem era, penso que quero, penso que não devo, penso que devo entendo que queiras saber, mas espero que não entendas, porque não o faço.
Beijo-te, abraço-te, acaricio-te, fecho os olhos, tu gritas, sinto o sol bater-me na cara e o mar molhar-me os pés, este, fecha-se numa onda que nos une ainda mais, algo estranho acontece, deixo de sentir o Sol aquecer-me a cara, abro os olhos e vejo-o. Nos olhos dele, vejo ódio, de braços estendidos no ar segurando, fortemente um pedaço de madeira, ele desce os braços com força, acerdando-te, eu grito-te, ele repete atingindo-te com muita força. Ele avança para o mar, perco-o de vista. Pergunto-me se estás vivo.

Rui Filipe, nº14, 10ºD