Schumann, uma fantasia | João Miguel Fernandes Jorge

Schumann, uma fantasia
Amo aquele que pede o impossível
quando sente a casa desmoronar tijolo
a tijolo
com a leveza de uma pena liberta pleno
voo

de um azul e oiro, o ritmo —
esse tijolo de barro vermelho
de um modo apaixonante pede

a vida
e a vida, num último instante, dá-lhe jardins,
deuses e a energia de uma 
cidade suspensa
a luz de um palacio submerso

no último instante,
muito lento,
silvam as chamas do desamparo, caducidade
duração.

João Miguel Fernandes Jorge


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