"Coração" arreBatado em Londres por 160 mil euros




O “Coração Independente Dourado”, obra da artista plástica Joana Vasconcelos, foi arrematado hoje num leilão em Londres por 135 mil libras (160 mil euros).

A peça, a primeira da artista portuguesa a ser vendida num leilão comercial, tinha um valor estimado entre os 94 mil e 140 mil euros e era propriedade do restaurante Eleven, em Lisboa.
(...) Antes do leilão, a artista manifestou expectativa no "impulso importante" que a sua carreira pode receber devido ao tipo de coleccionadores que frequenta os leilões da casa britânica.
Joana Vasconcelos disse à agência Lusa que esta foi a primeira vez que uma peça sua foi vendida num leilão comercial, pois até ao momento apenas expôs peças em leilões cujas receitas reverteram a favor de obras sociais.
"É uma grande experiência, mesmo do ponto de vista artístico, ter uma peça exposta ao lado de obras de grandes escultores e pintores como são os autores das obras que vão a leilão na Christie’s", referiu a escultora. Nascida em 1971, Joana Vasconcelos trabalha sobretudo em escultura e instalação e já expôs em França, Espanha, Itália, Noruega, tendo recebido vários prémios.
A peça que vai a leilão data de 2004 e esteve exposta em 2007 em Bruxelas, durante a presidência de Portugal da União Europeia, no segundo semestre de 2007.
Foi também a primeira de uma série de “corações” de Joana Vasconcelos, que usou o mesmo material, talheres de plástico translúcidos, mas em vez de amarelo, fez réplicas em vermelho e preto. O “Coração Independente Dourado” mede 3,7 metros de altura e dois metros de largura e “levou um trabalho enorme”, recordou a artista, que demorou cerca de dois meses e meio a concluir o primeiro modelo.
A inspiração veio do Coração de Viana, peça de ourivesaria em filigrana de ouro cuja tradição tem origem em Viana do Castelo. “Apesar de estar ligada muito à nossa iconografia e ao nosso passado histórico e à nossa identidade (...), é muito interessante ver como é que isso consegue passar as fronteiras de Portugal e comunicar em lugares onde não há as mesmas tradições, como aqui em Inglaterra”, saudou a artista.
(daqui)

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