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o que advém do texto é a construção da frase;
o que advém do espaço é o seu sentido;
o que advém da manhã é o sentimento de perca;
o que advém da noite é o recomeço da frase interrompida;
assim cogitando caminhava
e abri a porta que dava para o teu rosto legente.
Não disse nada, a ouvir nos teus olhos
o som da rua que entrava pelas janelas.
Sentei-me nos lugares dispersos do teu silêncio, e esperarei
por ele
_ uniu-se a mim como o oxigénio e o hidrogénio
se unem em forma de água,
numa união tão rara, imponderável e banal
como os nossos corpos unidos a ler __
voltaremos à imagem da água.
(Maria Gabriella Llansol, Onde vais drama-poesia?)
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