A ler até 2 de Dezembro :
O órfão de Bernd Heinrich Wilhelm von Kleist,
disponível aqui.
Bernd Heinrich Wilhelm Von Kleist (1777-1811).
Nasceu em Frankfurt-an-der-Oder, Brandenburg, numa família antiga da pequena nobreza, filho dum prestigiado capitão do exército prussiano. Destinado à vida militar, Kleist cedo se demitiu do exército para iniciar um período instável de leituras perturbadoras e de viagens na Europa devastada pelas guerras napoleónicas. A leitura de Kant deixou-o aniquilado, escrevendo à irmã Ulrike: " A ideia de que, nesta Terra, nada sabemos da verdade, absolutamente nada... abalou-me no mais íntimo da minha alma - o meu único objectivo, o meu objectivo supremo, caíu por terra; não resta nada."
A crise intelectual de 1801 frutificou em comédias, tragédias e contos. Em 1807, preso pelos Franceses ao tentar entrar em Berlim sem passaporte e acusado de espionagem, passou seis meses na cadeia. Em liberdade, publicou o seu primeiro conto, O Terramoto no Chile. Poucas horas antes de se suicidar, numa estalagem do lago Wannsee, perto de Berlim, escreveu à irmã : "não há lugar para mim nesta Terra".
Escolhera celebrar um pacto de suicídio com Henriette Vogel, que sofria de cancro.
Kleist publicou os seus oito contos, em dois volumes (1810 e 1811).
As suas vítimas são heróis cuja dignidade pré-kafkiana consiste em resistirem até à última, antes de serem engolidos pelo caos ou absorvidos pela ordem, o que, feitas as contas e dada a arbitrariedade definitiva, vem a dar no mesmo.
SABER MAIS:
Um texto de Isabel Alves da Costa sobre o Teatro de Marionetas de Kleist.
O trágico em Kleist, por Manuela de Sousa Marques.
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