«Num país de poetas que não se lê poetas, tentar pôr ao alcance de um largo público pequenas antologias das obras poéticas mais significativas poderá parecer empreendimento de todo em todo insensato e destinado a não alimentar senão as veleidades de intervenção cultural de quem o tomar a seu cargo. "Aprisionada" em revistas de escassa tiragem ou em efémeras páginas literárias, "amarelecidas", sob a forma de livro, nas estantes menos à mão das livrarias, não passará, afinal, a poesia de um absurdo vício, de um roer-as-unhas, de um falar tão sem destino como o monologar dos tolinhos? Assim é, infelizmente, aqui e agora, na vergonhosa maioria dos casos. (…).»
Alexandre O'Neill
[in Relâmpago, revista de Poesia nº 13, Outubro de 2003]
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