ELEFANTE DE ABRIL
A Revolução
teve uma flor
-o cravo.
Não teve um animal
e, como tal,
proponho o elefante
tão paciente e sofredor
durante tanto ano
mas quando a paciência se esgotou
foi coisa de se ver
violento eficaz empolgante.
Depois, voltou a ser
lento
bom rapaz
algo distante.
Mas, atenção
nunca se VIU morrer
um elefante!
(Bichos de Abril, Lisboa, Ed. Caminho, 1977)
in
Poemabril - Antologia poética,2.ª edição (Organização de Carlos Loures E manuel Simões), Fora Do Texto, Coimbra, 1994.
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