Bocage é um poeta de claro-escuro, ora de sombras nocturnas, ora de serena luminosidade. O poeta consumiu-se na busca incessante de uma felicidade impossível, ora inventando mulheres quiméricas, idealizando mulheres de carne e osso que depressa o decepcionavam, quando não o desiludiam de si próprio, ora evadindo-se pela entrega ao prazer sensual. O sentimento agudo da frustração leva-o a pensar no suicídio. A morte horroriza-o e ao mesmo tempo exerce nele uma poderosa sedução: é o esquecimento, a paz. Por isso Bocage elogia a Noite, símbolo da morte, e descreve gostosamente a paisagem nocturna povoada de animais sinistros muito em voga no Pré-Romantismo: o mocho, o corvo.
PERCURSO BIOGRÁFICO:
• nascimento em Setúbal a 15 de Setembro de 1756;
• embarque para a Índia e passagem pelo Brasil em 1786;
• regresso a Lisboa em 1790;
• publicação do 1º tomo das Rimas em 1791;
• vida dissoluta passada entre os cafés, os salões e uma boémia generalizada;
• obsessão do paralelismo existente entre a sua vida e a de Camões;
• prisão, por delito contra o Estado ( irreverências antimonárquicas e anticatólicas) em 1797;
• estada, por decisão do Tribunal, no Mosteiro de São Bento da Saúde, em 1798;
• publicação do 2º tomo das Rimas, em 1799;
• publicação do 3º tomo das Rimas, em 1804;
• morte a 21 de Dezembro de 1805.
BOCAGE "CLARO" - NEOCLASSICISMO
Natureza colorida e esplendorosa ( Primavera e Verão), alegre e suave ("locus amoenus")
Domínio da razão.
Uso da mitologia pagã: Amores, Zéfiro, Vénus, Mavorte
imitação dos clássicos greco-latinos e de autores quinhentistas como Camões
alegoria
Forma: soneto.
Vocabulário erudito.
Linguagem oratória, recheada de exclamações e hipérboles.
Exemplo: Olha, Marília, as flautas dos pastores / Que bem que soam, como estão cadentes! /
Olha o Tejo a sorrir-se! Olha: não sentes / Os Zéfiros brincar por entre as flores?
BOCAGE "ESCURO" -PRÉ-ROMANTISMO
Natureza sombria e melancólica (Outono e Inverno), agreste ("locus horrendus").
Natureza - reflexo do estado de espírito do poeta.
Valorização do sentimento (predomínio da sensibilidade sobre a razão).
Desespero, angústia, melancolia, solidão, tristeza, gosto pelo fúnebre e nocturno.
Relações profundamente afectivas entre a Natureza e o EU.
Linguagem nova que melhor traduza a força dos sentimentos, feita de exclamações, vocativos, suspensões frásicas, etc.
Mochos, pios, gemidos, ciprestes, chorar, praguejar, delirar, sombras, furacões, ira, etc.
A obsessão da morte:
- encarada como libertação;
- crença no perdão final, associado ao arrependimento e sentimentos religiosos
- Personificações constantes .
Natureza - reflexo do estado de espírito do poeta.
Valorização do sentimento (predomínio da sensibilidade sobre a razão).
Desespero, angústia, melancolia, solidão, tristeza, gosto pelo fúnebre e nocturno.
Relações profundamente afectivas entre a Natureza e o EU.
Linguagem nova que melhor traduza a força dos sentimentos, feita de exclamações, vocativos, suspensões frásicas, etc.
Mochos, pios, gemidos, ciprestes, chorar, praguejar, delirar, sombras, furacões, ira, etc.
A obsessão da morte:
- encarada como libertação;
- crença no perdão final, associado ao arrependimento e sentimentos religiosos
- Personificações constantes .
Exemplo:O Céu, de opacas sombras abafado, / Tornando mais medonha a noite feia; / Mugindo sobre as rochas, que salteia,
O mar, em crespos montes levantado.
O mar, em crespos montes levantado.
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