Ler é Preciso! - apresentação da leitura encenada
No dia 22 de abril, na Biblioteca do Agrupamento de Escolas do Cerco, o 10.ºC e o 10.ºD de Literatura Portuguesa apresentaram ao 2.ºA da EB1/JI da Corujeira uma leitura encenada de "Uma história que começa pelo fim", um dos contos que faz parte do livro Histórias que me contaste tu, de Manuel António Pina.
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Ler é Preciso,
Manuel António Pina
Sob o signo da subversão, "Uma história que começa pelo fim”, de Manuel António Pina.
Sob o signo da subversão,
"Uma história que começa pelo fim”,
de Manuel António Pina.
Manuel António Pina subverteu os cânones da literatura tradicional, assim, ao invés de iniciar o seu conto como habitualmente: “era uma vez”, “há muito, muito tempo” e de narrar o desenvolver de um conflito, que no fim acaba bem, prefere começar pelo fim.
O autor, desta forma, frustra as expetativas do leitor, pois não segue os trilhos habituais do conto tradicional: o início é o fim. De facto, quantos de nós já não se questionaram sobre o depois do “foram felizes para sempre”?
Diz-se que palavras como “sempre” e “nunca” devem ser evitadas, não é isso que o narrador faz, ele questiona-as: “o que é para sempre?”. E vai mais além: pode ser-se feliz para sempre? O que é ser feliz? Como se mede a felicidade?
Para “desmontar” algumas ideias feitas, M.A.P. coloca um príncipe e uma princesa numa situação absurda: aborrecidos com a monotonia do “felizes para sempre”...
O autor, desta forma, frustra as expetativas do leitor, pois não segue os trilhos habituais do conto tradicional: o início é o fim. De facto, quantos de nós já não se questionaram sobre o depois do “foram felizes para sempre”?
Diz-se que palavras como “sempre” e “nunca” devem ser evitadas, não é isso que o narrador faz, ele questiona-as: “o que é para sempre?”. E vai mais além: pode ser-se feliz para sempre? O que é ser feliz? Como se mede a felicidade?
Para “desmontar” algumas ideias feitas, M.A.P. coloca um príncipe e uma princesa numa situação absurda: aborrecidos com a monotonia do “felizes para sempre”...
Uma história que começa pelo fim
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Manuel António Pina
António Veira
António Vieira
O céu estrela o azul e tem grandeza.
Este, que teve a fama e a gloria tem,
Imperador da língua portuguesa,
Foi-nos um céu também.
No imenso espaço seu de meditar,
Constelado de forma e de visão,
Surge, prenúncio claro do luar,
El-Rei D. Sebastião.
Mas não, não é luar: é luz do etéreo.
É um dia; e, no céu amplo de desejo,
A madrugada irreal do Quinto Império
Doira as margens do Tejo.
Fernando Pessoa, Mensagem
O céu estrela o azul e tem grandeza.
Este, que teve a fama e a gloria tem,
Imperador da língua portuguesa,
Foi-nos um céu também.
No imenso espaço seu de meditar,
Constelado de forma e de visão,
Surge, prenúncio claro do luar,
El-Rei D. Sebastião.
Mas não, não é luar: é luz do etéreo.
É um dia; e, no céu amplo de desejo,
A madrugada irreal do Quinto Império
Doira as margens do Tejo.
Fernando Pessoa, Mensagem
Barroco
O Barroco caracteriza-se pelo exagero ornamental. Trata-se de um estilo extremamente rebuscado, que se opõe às formas clássicas e sóbrias do Renascimento. Aparentemente, o Barroco é menos profundo, mais superficial do que qualquer outro género. Valoriza-se mais a forma do que o conteúdo.
Há duas tendências da literatura barroca: o cultismo e o concetismo. O cultismo valoriza o artifício da forma, a busca de perfeição formal. Explora a perceção sensorial através do jogo de palavras e da repetição de sons. No cultismo o aspeto exterior é visível por causa do abuso de figuras de linguagem, especialmente sintáticas como a repetição, a anáfora e o quiasmo.
O concetismo valoriza o artifício do conteúdo e volta-se para o requinte expressivo e para a subtileza de ideias. A expressão concetista é mais simples que a dos cultistas, no entanto, a densidade concetual das suas obras tende a dificultar a compreensão.
Os concetistas preocupam-se em exprimir muitas ideias e têm tendência para acumular conceitos e usar palavras com duplo e triplo significado. Assim, as figuras de estilo mais utilizadas são a antítese, os paradoxos, as comparações inesperadas, as metáforas, as imagens, as alegorias, as sinédoques e as hipérboles que conduzem a uma densidade concetual que obscurece o conteúdo.
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