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Anjos caídos
Neste palco de sol,
de repente:
os teus lábios:
anjos caídos mas abençoando
Cada curva e tremura
dentro do nervo exacto
da memória
Por esses lábios
eu faria tudo:
rasgava-me de sangue
e inocência,
partia com as mãos vitrais
e estrelas,
desintregava o sol
Já não anjos caídos
os teus lábios,
mas deuses transportados
pelos meus
Ana Luísa Amaral
(o poema que o Rui escolheu)
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